sexta-feira, 1 de junho de 2007

A Educação em xeque

Os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2006, divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), são estarrecedores do ponto de vista da qualidade da Educação no País.

Dos 5.701 cursos avaliados, somente 45 tiveram nota máxima na avaliação, o equivalente a 0,79%. É assustador, uma vez que os conceitos de avaliação do Enade buscam identificar o quanto de conhecimento os cursos agregam aos alunos. Como se vê, muito pouco.

O exame foi aplicado em novembro do ano passado em 871 municípios, em todos os estados e no Distrito Federal, com a participação de 386.524 estudantes de 1.600 universidades e faculdades nas áreas de administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, formação de professores (normal superior), música, psicologia, secretariado executivo, teatro e turismo.

Os testes têm comprovado ao longo dos anos que a Educação oferecida da pré-escola à universidade não está correspondendo às necessidades dos estudantes brasileiros. O resultado são profissionais despreparados ou incapazes de exercerem suas funções no mercado de trabalho. Por isso, a cada dia, mais empresas são obrigadas a oferecer cursos a seus colaboradores, buscando corrigir o déficit na formação educacional.

Cada vez que me deparo com os resultados da Educação no Brasil, sempre me vem à mente o exemplo da Coréia do Sul. Toda vez que alguém queria se referir a algum lugar ruim para se viver, dava o nome de Coréia, no sentido pejorativo. Foi assim nos estádios de futebol, onde as piores instalações eram denominadas de Coréia, o mesmo ocorrendo com a periferia de muitas cidades brasileiras.

Pois após 20 anos de investimentos maciços no setor, os coreanos colocaram seu País no seleto grupo de Nações desenvolvidas. Grandes empresas de tecnologia e produtos de alto valor agregado são a marca mais visível desta nova Coréia.

Educação, a única ferramenta capaz de libertar o homem, precisa se tornar uma obsessão para o Brasil. Do contrário, a condição de "País do futuro" seguirá sendo apenas retórica a contrariar a realidade.

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