quinta-feira, 14 de junho de 2007

Reforma adiada

Diante da clara divisão em todas as bancadas, a Câmara dos Deputados optou por adiar para a próxima terça-feira a votação da reforma política. No primeiro dia de votação, as discussões começaram às 9h e estenderam-se até às 21h, ou seja, 12 horas de debates acalorados e inflamados sobre o principal ponto do projeto: o voto em lista fechada.

Já nas primeiras horas da manhã o PSDB se reuniu para tirar uma posição e votar unido. A exemplo do que ocorrera na enquete realizada com parlamentares há alguns dias, outra vez a divisão ficou clara, retratando o sentimento em todos os partidos. No final, dos 39 deputados votantes 22 se manifestaram contrários, enquanto 17 foram a favor. Com isso, prevaleceu a posição da maioria do partido e o líder Antônio Carlos Pannunzio apresentou esse encaminhamento ao Plenário.

Com o principal partido de oposição contrário ao novo sistema eleitoral, deputados que estavam desconfortáveis com a posição tomada em seus partidos se sentiram animados a rejeitar o voto em lista. Diante de uma iminente derrota já sinalizada em votação anterior sobre o fim da discussão da matéria, o relator do projeto, Ronaldo Caiado (DEM), solicitou a retirada de pauta da proposta.

É cedo para dizer se o texto original vai ser aprovado ou não. Há um sentimento pela rejeição - os próximos dias serão decisivos e de muita conversa até que se tenha a definição das regras do próximo pleito.

Entendo que o atual sistema está corroído, favorece a corrupção e o Caixa 2, e em nada contribui para o fortalecimento da democracia e das instituições. É unanimidade entre parlamentares, sociedade e partidos de que algo precisa ser feito para mudar o atual estado de coisas. Atualmente as eleições são caras, deixam de promover o debate de idéias e propostas, e estimulam a participação de siglas de aluguel. Ou seja, tudo que queremos longe da vida pública - uma atividade nobre e que até hoje segue sendo o melhor caminho para a promoção humana e a melhoria das condições de vida em sociedade.

R
eceio que tenhamos perdido uma oportunidade ímpar de avançar. Até setembro, a nova lei eleitoral deve estar votada pelo Congresso a fim de valer para a próxima eleição. Do contrário, caberá ao Judiciário legislar. E esse é o pior dos mundos a quem cabe fazer as leis: os parlamentares.

Na condição de líder da Minoria, e sobretudo por ser um homem de partido, vou votar de acordo com a orientação do PSDB. Sem abrir mão de minhas convicções, estarei ao lado da posição final tomada pelos tucanos, ao mesmo tempo que vou ouvir aqueles que me fizeram deputado federal: as lideranças partidárias e os milhares de gaúchos que me honraram com seus votos.

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