Durante o final de semana, setores da Imprensa criticaram fortemente alguns temas da proposta de reforma política que está para ser votada pelo Congresso.
A maior crítica é com relação a lista fechada, mecanismo pelo qual o eleitor deixaria de votar nos candidatos, como acontece hoje, e votaria nos partidos. A idéia é fortalecer as siglas, fazendo com que a escolha popular recaia sobre a proposta defendida por cada partido e menos no candidato. Nesse caso, seriam apresentadas listas ao eleitorado, elegendo-se aqueles que estiverem nas primeiras posições, tendo como critério os resultados das últimas eleições. Outra crítica forte é com relação ao financiamento público de campanha, cuja proposta busca acabar com o caixa 2 e igualar as condições de disputa. Em um País com tantas dificuldades para enfrentar os problemas sociais, financiar campanhas eleitorais parece um contrasenso para muitas pessoas.
Temo que o bombardeio acabe comprometendo a votação do projeto, pois o Legislativo, como nenhum outro poder, é sensível à rouca voz das ruas e à Imprensa.
De qualquer forma, tenho defendido desde o início do ano uma votação fatiada, como se diz no jargão político. Vota-se o que é consenso em um primeiro momento, como fidelidade partidária e cláusula de barreira e, mais tarde, com maior discussão e debate, temas sensíveis como listas e financiamento público. Do contrário, a reforma política empacará de novo e as regras para o próximo pleito ficarão comprometidas. E esse é o pior cenário que a classe política pode ter: ver o Judiciário, outra vez, legislar sobre matéria que compete ao Congresso por omissão dos parlamentares que deveriam propô-la.
Boa semana a todos.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Reforma política ameaçada?
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