Na última quarta-feira o Conselho de Política Monetária, o Copom, determinou um novo corte na taxa de juros de 0,5%, fixando o juro anual em 12%.
Apesar da redução, o País segue com a maior taxa do mundo. O dado é ainda mais preocupante se analisarmos o cenário econômico atual. Há expectativa de baixa inflação para os próximos 12 meses, dentro dos níveis internacionais, ou seja, na faixa de 3% a 3,5%, os fundamentos econômicos são sólidos desde o Plano Real, o risco-país está nos níveis mais baixos da história e as reservas em dólar acumulam recordes, acima de US$ 120 bilhões.
Mesmo assim, o juro pago ao especulador internacional é quatro vezes maior que a taxa prevista para a inflação. Resultado: uma enxurrada de dólares no Brasil, o que joga a cotação da moeda norte-americana no chão e arrasa a indústria exportadora brasileira. Enquanto outros países pagam uma taxa real não superior a 4%, insistimos em oferecer mais de 8% ao ano, alimentando o cassino internacional onde só quem perde são os brasileiros.
Isso ocorre porque, com o real forte o especulador ganha duas vezes: ao converter seus dólares em real valorizado, e na hora de resgatar, recebendo os juros e mais dólares, já que a moeda americana tem sofrido seguidas quedas, principalmente, pelo excessivo ingresso de dólares no mercado brasileiro.
No momento, faltam argumentos que justifiquem a manutenção das taxas oferecidas pelo Brasil. Em outro período de nossa história recente, em virtude da aspiral inflacionária, a necessidade de esfriar a economia com altas taxas era o principal argumento dos economistas. Hoje, a inflação é parte do passado com a estabilização da moeda. Assim, é preciso soltar as amarras do crescimento. E uma delas, sem dúvida, é seguir sendo o campeão mundial dos juros.
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