Crescer acima de 5% ao ano, de forma sustentável, pelos próximos 10 anos. O desafio da economia brasileira é uma necessidade a fim de gerar emprego e renda para os jovens que buscam seu primeiro emprego, assim como para aqueles que querem voltar ao mercado de trabalho.
Mas como cumprir essa tarefa hercúlea em um País cuja infra-estrutura é deficiente? Para crescer, são necessários portos, rodovias, hidrovias e ferrovias em condições, apenas para ficar na área de logística. Da mesma forma, são fundamentais oferta de energia abundante e a garantia de que investimentos e contratos serão respeitados. Do contrário, o investidor desanima e deixa de injetar novos recursos e que são decisivos para o desenvolvimento brasileiro.
Pois o aquecimento da economia já provoca gargalos no setor de transporte e logística do País, conforme revela a Folha de S. Paulo deste domingo, aumentando os custos das empresas.
De acordo com o jornal paulista, há aumentos superiores a 20% nos custos de fretes rodoviários, filas de meses nas montadoras para a compra de caminhões novos e perda de negócios por falhas na entrega de mercadorias no prazo. Ou seja, diante da falta de infra-estrutura brasileira, a lei de oferta e procura provoca custos novos às empresas. Essas despesas adicionais deixariam de existir caso o País tivesse estrutura adequada para atender a expectativa de crescimento.
Na última semana, o presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, disse em um seminário com a presença do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não poder "planejar nada a partir de 2011 ou 2012 porque não há recursos energéticos suficientes".
Mais do que um desabafo, o pronunciamento de Agnelli é a síntese das dificuldades enfrentadas por quem tem a vocação de crescer. Antes de propor metas e projetar o crescimento, o Brasil precisa de um planejamento estratégico na área de logística que responda questões básicas: onde estamos, onde queremos chegar em 10 anos, o que temos que fazer para atingir tal nível crescimento?
Do contrário, o governo federal seguirá apresentando propostas como o Programa de Aceleração do Crescimento mais como uma meta a atingir do que algo realmente plausível de ser executado. E a iniciativa privada, a única capaz de gerar riqueza, fica fora do processo e vendo seus custos aumentarem por conta de uma infra-estrutura abaixo de suas necessidades.
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