terça-feira, 15 de maio de 2007

A Verdade do PAC

O governo Lula lança mão de artifícios estatísticos para tentar apresentar à sociedade números do PAC melhores do que a realidade admite. Compara e iguala, no balanço de cem dias do programa, projetos de dimensões totalmente díspares: uma usina hidrelétrica que gera 43 vezes mais que outra desfruta de mesmo peso na contabilidade oficial. Usando critérios mais adequados, verifica-se que, no setor de geração de energia, pelo menos 18% da expansão prevista encontra-se seriamente comprometida - o governo preferiu, porém, agrupar dados para sustentar que apenas 3,8% de todo o segmento energético corre riscos. A atual administração federal revela dificuldade de gestão, que se constata, inclusive, nos reduzidos níveis de execução do Orçamento até agora. Também falta transparência: tal como está, o PAC não permite acompanhamento da sociedade - das 1.646 ações previstas no programa, apenas 109 têm o andamento descrito em detalhes no balanço oficial.

Em linhas gerais, esse é o resumo da publicação quinzenal "Brasil Real - Cartas de Conjuntura do Instituto Teutônio Villela", órgão do PSDB que realiza estudos a respeito de temas nacionais, e que será apresentada nesta terça-feira ao País em coletiva à Imprensa.

O documento escancara aquilo que temíamos, ou seja, apesar da propaganda oficial, o PAC patina e sua execução está fora da previsão do próprio governo Lula, mesmo que o presidente e sua equipa não o admitam. Ontem, em seminário realizado em São Paulo, a ministra chefe da Casa Civil afirmou que 52% das obras estão dentro do cronograma, 39% requerem atenção e 9% estão de fato com problemas. A realidade é bem outra, conforme constata o grupo de estudos do PSDB encarregado de analisar o programa e sua realização.

O senador Aloízio Mercadante, que é do PT e estava presente ao evento, disse a jornalistas ao final do seminário que "o PAC aponta prioridades, mas o governo precisa acelerar investimentos em energia, melhorar a qualidade do gasto público e trabalhar para resolver os problemas encontrados à execução dos projetos".

Desde o início o PSDB não ofereceu qualquer dificuldade para aprovação das medidas provisórias relativas ao programa de aceleração do crescimento por entender que é preciso dar ao governo os instrumentos para depois cobrá-lo. Isso foi feito, da mesma forma que cumpriremos nosso papel constitucional de oposição, ou seja, de cobrar e fiscalizar o Executivo.

Essa postura não é contra Lula ou quem quer que seja, mas a favor do Brasil.

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