De promessas de campanha não cumpridas a acordos firmados, fica cada vez mais difícil acreditar nas palavras do presidente Lula.
Ontem, a base aliada do governo adiou a votação do aumento de 23% para 24% no Fundo de Participação dos Municípios. A bem da verdade, é preciso que se diga que o adiamento atendeu ordem expressa do presidente, apesar de há menos de um mês Lula ter discursado para prefeitos de todo o Brasil prometendo mais 1% no FPM.
Em plenário, quando todos se preparavam para votar, veio a ordem do Palácio do Planalto de que a votação não poderia ocorrer, pois não havia caixa para o R$ 1,6 bilhão de acréscimo nas contas públicas. A descoberta parece ter ocorrido somente ontem, pois na festiva reunião com prefeitos todas as bravatas presidenciais pareciam factíveis.
Credibilidade parece não ser o forte desse governo. Dias atrás, quando o STF determinou a instalação da CPI do Apagão, Lula vestiu o figurino de estadista, dizendo que esse assunto era do Congresso e o governo não moveria uma palha para impedir ou interferir nos trabalhos, quando todos sabem que o presidente lutou até o fim para barrar as investigações. Para isso, não se preocupou em determinar que, na Câmara, seus aliados rasgassem a Constituição e o Regimento Interno da Casa ao apelar para uma manobra regimental com o objetivo de sufocar a Minoria. Da mesma forma, os controladores de vôo têm péssimas lembranças do acordo firmado com a Presidência. Apesar de o ministro do Planejamento ter assinado um acordo em nome de Lula, em menos de 24h os termos acertados já não mais valiam.
Esses são apenas dois exemplos, mas ao longo dos últimos quatro anos Lula prometeu muito e entregou pouco. Dez milhões de empregos, Fome Zero e Programa Primeiro Emprego encabeçam a lista das promessas e projetos fictícios. Agora, o presidente fez nova promessa: na próxima semana, a base votará o aumento do FPM.
Os mais de 5 mil municípios ficam na expectativa de que, dessa vez, a palavra do presidente tenha valor.
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