quarta-feira, 23 de maio de 2007

Os dilemas de um parlamentar

Seguidamente recebo manifestações de eleitores e amigos a respeito de onde pretendo chegar na carreira política.

Governador, senador? Sinceramente, essa é uma longa caminhada e que é feita de desafios diários. É cedo para dizer onde poderei estar em um futuro próximo. Quem responderá é o povo do Rio Grande. A única certeza nesse processo em construção é que a atividade política é extremamente desgastante e exige cotas de sacrifícios diárias - pessoal e familiar.

O país vive momentos preocupantes. Parece que ficamos sempre à espera do próximo escândalo, mais impactante e atingindo altos figurões da República. Nessa vala comum, todos são incluídos. Os políticos não prestam; são todos iguais; só pensam em si....Esse pensamento vai se disseminando entre a população, fazendo com que todos que estão na política sofram com a desconfiança.

Confesso que, em alguns dias, penso em deixar a vida pública. Há uma pressão muito grande, pois a vida de um parlamentar deixa de pertencer a ele; suas demandas passam a ser a dos outros; sua agenda, a que lhe impõem. Com isso, acabam-se os finais de semana, os dias iniciam com reuniões e prosseguem com a rotina diária que, não raro, estende-se além das 22h.

O tempo pessoal, para fazer uma atividade física e ter um mínimo de qualidade de vida, torna-se escasso. Durante a semana há o trabalho na Câmara e, aos finais de semana, encontros com correligionários, audiências no gabinete do Estado, além de palestras e viagens. No último final de semana, por exemplo, minha esposa me acompanhou em roteiro a Passo Fundo e Carazinho. Foi a maneira que achamos para passar algum tempo juntos.

Enfim, quem abraça a política precisa saber disso, e quando me decidi pela vida pública aceitei-a com todas as suas alegrias e dissabores. E eu, mesmo com esse quadro de desconfiança que se apresenta, me orgulho de poder representar o Rio Grande no Congresso, pois procuro realizar meu trabalho com retidão, votando matérias que considero fundamentais ao País, fazendo uma oposição construtiva, a favor do Brasil.

A recompensa vem quando encontro pessoas anônimas em aeroportos ou nas ruas, que páram e me cumprimentam. Reconhecimento. Esse ainda é, passados 2 mil anos, o maior combustível para o ser humano.

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