sexta-feira, 18 de maio de 2007

Dólar baixo, juro alto: é hora de a base de Lula agir

Dólar a R$ 1,95 é o limite da irresponsabilidade com setores de emprego massivo de mão-de-obra.

Já passou da hora de a base do governo cobrar medidas urgentes do presidente Lula para conter uma queda ainda maior do dólar. Se o presidente não age, os deputados que compõem a base no Congresso precisam se manifestar sobre o equívoco que é condenar o exportador à morte.

Ontem, na tribuna da Câmara, voltei a pedir ações do governo para salvar o setor exportador, isso porque o ministro da Fazenda prometeu que até o final do semestre sai a desoneração da cadeia produtiva. Acontece que até lá a crise terá se aprofundado ainda mais e teremos mais empresas fechando suas portas, e com ela centenas de empregos.

Esta semana, o presidente voltou a afirmar que o câmbio continuará flutuante. Enquanto Lula discursava, o dólar atingiu sua cotação mínima desde 2001, ficando abaixo de R$ 2,00. O presidente que acredita que haverá um ajuste natural da moeda nos próximos meses. Contudo, com o ingresso de mais dólares na economia brasileira, combinado com o pagamento de juros acima da média internacional, a cotação seguirá caindo, pois a compra de dólares por parte do Banco Central tem se mostrado insuficiente para manter a cotação da moeda em níveis aceitáveis para a exportação. Nesse caso, a solução é a adoção de medidas tributárias que permitam a compensação para os exportadores, a fim de que possam manter a competitividade. Do contrário, caminhamos para o cadafalso.

Vale lembrar que outras medidas já anunciadas ainda não têm efeito prático e dependem de acordos internacionais. O aumento da alíquota para 35% para calçados oriundos da Ásia, por exemplo, depende de regulamentação e o aval de outros países do Mercosul. A previsão é de que passe a valer, na prática, a partir de agosto. Tudo é muito lento, arrastado. É preciso pressa nessa hora, pois as cadeias coureiro-calçadista, metal-mecânico, fumageira, têxtil e moveleira, entre outras, não têm mais de onde cortar custos para vencer esse desafio.

Não é hora de fugir às responsabilidades, e quem é da base precisa assumi-las.

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