Hugo Chávez cumpriu a promessa e retirou do ar no último domingo a rede RCTV, que fazia oposição ao seu governo. A história de 53 anos de transmissões da única emissora 24h no ar foi interrompida depois que o presidente venezuelano decidiu não renovar sua concessão, em dezembro passado.
No lugar da RCTV entrou no ar uma nova TV estatal - a Fundação Teves, com capital inicial de 4 milhões de dólares e cujo conselho de diretores será nomeado pelo Ministério da Comunicação e Informação. Ontem, no primeiro dia de transmissões, mais propaganda do governo e novos discursos de Chávez. Com a criação da nova televisão, o Estado controlará dois canais de alcance nacional na freqüência VHF, e outros três continuam sendo privados.
Enfim, Hugo Chávez mostra sua verdadeira face, que não tem nada de democrática. A revolução bolivariana, como gosta de propagandear o dirigente venezuelano, é baseada no controle do Estado sobre todas as atividades do País, sem promoção humana e brutal aumento da dependência da população de repasses do governo.
Tendo como lastro o alto preço do petróleo no mercado internacional - quando Chávez assumiu o poder há oito anos o barril custava US$ 17,00 e hoje está em US$ 56,00 - o presidente abusa das reservas do País para ampliar sua influência na América do Sul, na tentativa de apresentar-se como líder e influenciar a região.
Contudo, é preciso deixar claro que o regime de Chávez não interessa aos brasileiros porque seu conceito de democracia está longe do que entendemos por democracia. Liberdade de expressão, promoção humana, respeito à iniciativa privada e à sociedade civil são valores que não fazem parte do dia-a-dia do presidente/ditador.
Precisamos ter claro que, a Venezuela, ao ser aceita como membro pleno do Mercosul terá que respeitar a regra básica de ingresso: o bloco tem como princípio o respeito à liberdade e à democracia. Sem isso não haverá Mercosul e, sobretudo, democracia na América do Sul.
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