A Polícia Federal realizou essa semana mais uma mega-operação com a prisão de dezenas de pessoas em oito estados brasileiros, mobilizando 400 policiais. As investigações começaram em novembro de 2006 e já rendem resultados. Na próxima semana deverão ocorrer desdobramentos, com a expectativa de novas prisões.
A Operação Navalha, como foi batizada a ação, merece todos os aplausos da sociedade brasileira. A corrupção é o maior câncer da Nação. Retira recursos de hospitais, de escolas, da segurança e estradas para entregar verbas públicas a corruptos.
Contudo, a PF poderia mostrar a mesma celeridade em processos envolvendo amigos e colaboradores do presidente Lula. Desde 2003, arrasta-se a investigação sobre o Caso Waldomiro Diniz, o assessor especial da Presidência que manobrava verbas e recursos com o consentimento do chefe da Casa Civil do primeiro mandato de Lula, José Dirceu.
Passados quase quatro anos, até agora a PF, que é comandada pelo Ministério da Justiça, não apresentou ao País o resultado dos inúmeros depoimentos tomados ou a que conclusão chegou a investigação. E Waldomiro Diniz, que aparece em fitas pedindo dinheiro a bicheiros para financiar campanhas do PT, como ele próprio admitiu à CPI dos Bingos, segue livre, leve e solto, aproveitando a vida como poucos.
O mesmo vale para Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e das campanhas presidenciais de Lula, que praticou caixa 2 e facilmente poderia ser enquadrado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, mas está solto e participando de festas ao lado de José Dirceu.
No Caso do Dossiê contra os Tucanos, uma farsa montada pelo PT de São Paulo para prejudicar as campanhas de José Serra ao governo do Estado e de Geraldo Alckmin à Presidência, por ser período eleitoral, a PF outra vez não demonstrou a mesma agilidade para apresentar resultados ou realizar prisões, apesar de ter todos os elementos para tal.
Esses são apenas dois casos onde houve dois pesos e duas medidas. O que o Brasil espera de sua Polícia Federal é que ela realize seu trabalho com isenção, pois esta corporação já deu inúmeras contribuições ao País e certamente tem muito ainda a fazer por nossa gente.
Nesse caso, será preciso que o inquilino do Palácio do Planalto dê totais poderes à corporação. Para isso, a navalha precisará cortar para dentro e para fora, atingindo até mesmo amigos do presidente. Do contrário, o dedo da Justiça apontará apenas para alguns, e isso, convenhamos, é uma injustiça.
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