Após ter determinado que não houvesse represálias aos controladores amotinados, na sexta-feira passada, durante o maior caos já vivido pela aviação brasileira, o presidente Lula começa a emitir sinais de que o acordo firmado por escrito com a categoria pode não ser cumprido. Ainda na parte da manhã de segunda, Lula chamou os líderes do motim de irresponsáveis, dando sinais de que sua posição, diante da repercussão negativa, começava a mudar.
O refluxo de Lula se deu após a insatisfação generalizada não apenas da Aeronáutica, mas de todas as Forças Armadas, que se sentiram despretigiadas e desautorizadas com a atitude do presidente. Há o sentimento em toda a tropa de que houve quebra de hierarquia e o governo cedeu a um grupo que não traduz o pensamento dos controladores, muito menos representa os militares.
Mas ontem, após a visita que fiz ao comando da Aeronáutica, saí convencido de que a desmilitarização do setor, neste momento, é um equívoco. Isso porque atualmente o Brasil tem 13 mil pessoas envolvidas com a segurança de seu espaço aéreo, a maioria militares. Aquele que está em frente ao monitor representa apenas a face visível de uma complexa e sensível cadeia, composta de meteorologistas, mecânicos, operadores de rádios, entre outros profissionais imprescindíveis à vida do sistema. Esses profissionais, que atuam em meio a selva amazônica, nas fronteiras, ou em angares também serão recompensandos? E o efeito cascata desta decisão? Ou será possível que um segundo-sargento controlador ganhe a partir desta nova realidade, gratificação que corresponde aos proventos líquidos de um major (R$ 5 mil), por exemplo?
O refluxo de Lula se deu após a insatisfação generalizada não apenas da Aeronáutica, mas de todas as Forças Armadas, que se sentiram despretigiadas e desautorizadas com a atitude do presidente. Há o sentimento em toda a tropa de que houve quebra de hierarquia e o governo cedeu a um grupo que não traduz o pensamento dos controladores, muito menos representa os militares.
Mas ontem, após a visita que fiz ao comando da Aeronáutica, saí convencido de que a desmilitarização do setor, neste momento, é um equívoco. Isso porque atualmente o Brasil tem 13 mil pessoas envolvidas com a segurança de seu espaço aéreo, a maioria militares. Aquele que está em frente ao monitor representa apenas a face visível de uma complexa e sensível cadeia, composta de meteorologistas, mecânicos, operadores de rádios, entre outros profissionais imprescindíveis à vida do sistema. Esses profissionais, que atuam em meio a selva amazônica, nas fronteiras, ou em angares também serão recompensandos? E o efeito cascata desta decisão? Ou será possível que um segundo-sargento controlador ganhe a partir desta nova realidade, gratificação que corresponde aos proventos líquidos de um major (R$ 5 mil), por exemplo?
Mesmo porque quem nos garantirá que outras reinvindicações também não serão igualmente apresentadas pelos demais especialistas das outras forças? Ou pelos próprios controladores de vôo, que poderão voltar a cruzar os braços e mais uma vez nos fazer reféns de suas demandas.
Outra conclusão visível em qualquer contato com militares das Forças Armadas é a revolta pela quebra de hierarquia, que juntamente com a disciplina, representam os pilares da carreira militar, no Brasil e no mundo. Mesmo que muitos prefiram não falar, essa é uma questão latente e que custará a ser superada.
A tentativa de apelar para eufemismos, como o de que o comandante supremo é o Presidente da República, e portanto não teria havido quebra de hierarquia, não encontra eco no pessoal de farda. Uma porque quem abraça a carreira militar não coaduna com motins, rebeliões ou greves. O amor à Pátria e o compromisso assumido com a Nação falam mais alto sempre. E outra, porque a Constituição e o Código Penal Militar prevêem que, em caso de motim e greve, o comandante aplique-os, com a prisão dos rebelados.
O presidente tem que ser o primeiro a cumprir e fazer cumprir essas leis, as quais balizam as relações nas Forças Armadas e no País. Lula, certamente, deveria saber disso.
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