Na semana que está se encerrando, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara rejeitou o pedido de reabertura de processo contra parlamentares reeleitos acusados de envolvimento no esquema do mensalão e dos sanguessugas na legislatura passada. O resultado foi favorável ao parecer do relator Dagoberto Nogueira (PDT-MS).
Foi mais uma decisão política e que coloca a real função do órgão em xeque. A tese vitoriosa foi a de que os processos contra os deputados acusados só poderiam ser abertos se houvessem fatos novos contra eles ou sentença criminal definitiva, já que os eleitores os reelegeram. Assim, as urnas serviriam como uma espécie de "pia batismal", capaz de absolver parlamentares de seus pecados.
Não é assim. Perde credibilidade o Conselho quando age dessa forma, pois deputados acusados de participarem do mensalão renunciaram antes da instauração dos processos na Câmara. Tudo com o claro objetivo de escapar do debate público.
Episódios como esse apenas comprometem a imagem e a credibilidade da própria instituição. Depois, a culpa é da Imprensa, que noticia e traz à público o dia-a-dia da Casa, quando a culpa é do corporativismo praticado por parte de seus integrantes, o que acaba colocando todos no mesmo barco.
Um ótimo feriado a todos.
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