É humilhante para um parlamentar sério ver o esforço que o presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), em combinação com o presidente do Congresso, Renan Calheiros, tem feito para acabar com a credibilidade da Instituição e da classe política com um todo.
A armação patrocinada por Quintanilha, devolvendo para a Mesa Diretora do Senado o processo por quebra de decoro parlamentar contra Renan Calheiros, faz com que a tramitação do processo recomece. Na prática, está aberto o caminho para seu arquivamento, o que é pior.
Durante quase 60 dias, Renan Calheiros teve todo o tempo do mundo para apresentar sua defesa e a fez. Em nenhum momento, entretanto, trouxe provas irrefutáveis de sua inocência.
A cada novo argumento, um questionamento mal resolvido. Enquanto isso, no Conselho de Ética, senadores sem muita ética tratavam de enterrar o processo, confiando no esquecimento para que o caso saísse da pauta política.
Além da questão ética, votações importantes podem não ser apreciadas dentro dos prazos previstos. É o caso da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que já está ameaçada por causa da possível presença de Renan presidindo a sessão, uma vez que cabe ao presidente do Senado a condução dessas reuniões.
A sociedade brasileira vive um momento delicado, onde o País parece ter perdido a referência. A classe política, que deveria ser a primeira a dar o exemplo, lamentavelmente não tem feito sua parte. Salvar a pele do presidente do Congresso sem que ele tenha comprovado sua inocência apenas contribui para que a confiança no futuro seja corroída.
A classe política parece que ainda não se deu conta disso.
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